O Rio Grande do Norte se despediu, nesta quarta-feira (25/08/2021), de um dos maiores ícones da política potiguar. O ex-deputado federal, estadual e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Antônio Câmara, faleceu em decorrência de um câncer, aos 83 anos de idade.
Natural de João Câmara, Antônio Câmara se formou em Direito pela UFRN e,
logo após sua formatura, disputou e venceu a primeira eleição para deputado
estadual, em 1966. Membro do MDB, partido de oposição ao regime militar, ele
cumpriu quatro mandatos consecutivos no Legislativo potiguar, até ser eleito
deputado federal, em 1982.
Em 25 de abril de 1984 votou a favor da emenda Dante de Oliveira, que
previa o restabelecimento de eleições diretas para presidente da República já
em novembro daquele ano. Derrotada a proposição, Antônio Câmara apoiou o
candidato oposicionista, Tancredo Neves, na reunião do Colégio Eleitoral de 15 de
janeiro de 1985. No pleito de novembro de 1986, foi eleito deputado federal
constituinte pela legenda do PMDB, iniciando o mandato em 1º de fevereiro do
ano seguinte. Presidiu o diretório estadual do partido no biênio 1987-1988.
Como deputado federal, votou contra o rompimento de relações
diplomáticas com países que praticassem políticas de discriminação racial, a
pena de morte, a limitação do direito de propriedade, a jornada semanal de 40
horas, a pluralidade sindical, a estatização do sistema financeiro. Em contrapartida,
apoiou a proteção do emprego contra demissão sem justa causa, o turno
ininterrupto de seis horas, o aviso prévio proporcional, a soberania popular, o
voto aos 16 anos, o presidencialismo, a nacionalização do subsolo, o limite de
12% ao ano para os juros reais, a proibição do comércio de sangue, a desapropriação
da propriedade produtiva. Com a promulgação da nova Carta Constitucional, em 5
de outubro de 1988, integrou-se aos trabalhos legislativos ordinários, deixando
a Câmara em fevereiro de 1991, sem disputar reeleição.
Além de sua atuação no Parlamento, ele foi conselheiro do Tribunal de
Contas do Rio Grande do Norte, onde presidiu a Primeira Câmara, em 1994; a
Segunda Câmara, em 1995; e o próprio tribunal, em 1997-1998. Em 1999, foi
indicado conselheiro corregedor, com mandato previsto até o ano 2000. Também
ocupou o cargo de diretor do Departamento de Cooperativismo e Organização Rural
(DCOR) e foi Promotor Adjunto no estado.
O ex-deputado deixa quatro filhos. Ainda não há a confirmação sobre local
e horário de velório e sepultamento.
FONTE – TRIBUNA DO NORTE
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